segunda-feira, 30 de junho de 2008

TV sobre as favelas, para as favelas e nas favelas

TV sobre as favelas, para as favelas e nas favelas


Vanessa Pifferrer
Estudante da Universidade De Temple na Filadélfia
vanep24@yahoo.com


RESUMO
As favelas fazem parte da sociedade Brasileira e são geralmente marginalizadas pelas pessoas que moram fora dela. A informação que nos chega sobre a vida nas favelas é limitada a notícias que envolvem o tráfico e os confrontos dos traficantes com a polícia, ou seja, da violência. Mas, será que é isso o que existe nesse micro, ou melhor, macro mundo dos morros favelados do Brasil? E a vida lá dentro? Que outras coisas existem além do que já conhecemos? O meu objetivo é falar sobre a importância de levar ao resto do Brasil, e do mundo, a realidade das favelas. O cotidiano, as atividades culturais que nela se realizam, o dia a dia das crianças e a integração dos moradores. Pretendo também falar sobre a importância de desenvolver produções televisivas sobre a vida da favela pelos próprios moradores.

Palavras-chave: TV, Favela, vida dos moradores


Como estudante de intercâmbio, a temática da vida nas favelas é de grande interesse para mim, porém, as informações que tive sobre o mundo das favelas é limitada. Nas notícias dos jornais da TV há somente matérias sobre os encontros entre a polícia e os traficantes, mas, será esse o único movimento que acontece nos morros favelados do Brasil? Estudando sobre as tecnologias contemporâneas na UFBA, despertei para o interesse de pesquisar e descobrir se existem programas de televisão que mostram o dia a dia das pessoas que moram nas favelas, assim como as atividades culturais e a educação dos moradores das favelas. Existe alguma televisão que se dedique a contar e mostrar o que acontece nas “cidades altas”, além do que já conhecemos sobre o tráfico de drogas, a violência e as mortes que ocorrem diariamente?
Sim, de fato existem algumas TVs que são transmitidas e produzidas sobre a vida e os acontecimentos de algumas favelas. A TV Roc começou no final do ano de 1996, quando um empresário argentino chamado Dante Quinterno decidiu desenvolver a sua idéia de levar a TV a cabo para a Rocinha, a maior e mais populosa favela do Rio de Janeiro. A idéia da TV Roc é de transmitir e oferecer para a comunidade da favela informações que ela não consegue obter através da grande mídia, a qual geralmente e infelizmente, interessa-se apenas pelo sensacionalismo em cobrir as notícias de tráfico de drogas e a violência. A TV Roc usa um canal comunitário, o Canal 30. Patrocinado pelo dinheiro arrecadado pelas assinaturas da TV a cabo, o canal abre espaço para que as pessoas da comunidade possam tratar os assuntos considerados relevantes e que não são vistos e tratados por matérias das poderosas empresas de TV. A TV Roc tem vários pontos positivos para a comunidade brasileira em geral, não só os favelados. Estagiários e moradores da favela Rocinha formam parte da equipe que trabalha no canal 30. Esses estagiários são, em sua maioria, estudantes de universidades cariocas particulares, e a oportunidade de trabalhar em uma favela abre-lhes novos pontos de vista, assim como elimina medos e preconceitos. A estagiária Priscila Matos confirma sua atitude e pensamento com relação à favela: “Antes de vir confesso que tinha medo, até porque a gente só conhece aquela Rocinha que passa na TV, porque a televisão faz um sensacionalismo muito grande em cima do que passa. Mas cheguei aqui, perdi o medo na hora, já fui logo fazer uma matéria lá em cima, achei legal pra caramba. E o pessoal daqui é muito hospitaleiro, te trata muito melhor do que na Zona Sul” (Medrado, 2004 P.2). Priscila Matos assim como tantas outras pessoas que nunca tiveram contato com uma favela, tinha o mesmo medo produzido pela mídia e suas noticias sobre as favelas. A criação da TV Roc abriu também a oportunidade de maiores ofertas de emprego para moradores da favela. Hoje ela conta com 28 funcionários, sendo 10 deles moradores da rocinha.
Portanto, violência, tráfico e mortes não são os únicos eventos que acontecem nas favelas, e, saliento o trabalho da TV Roc por considerá- lo importante. A TV Roc não é transmitida para o resto do Brasil. Seria espetacularmente interessante se a transmissão desse canal comunitário pudesse sair da favela e atingir todo o país. O Brasil teria a chance de ver a arte, como teatro, dança, cinema, música, fotografia, as festas e todos os movimentos sociais, que acontece no alto dos morros. Certamente, essa seria uma oportunidade de intercâmbio maravilhoso entre os dois mundos e, com certeza, reduziria muito os preconceitos, assim como daria espaço e valor para o que de positivo ali acontece. A TV Roc é a transmissora da vida dessa comunidade, a chave para manter as portas da informação, por limitada que seja, abertas. Porém, é necessário desenvolver mais programas que beneficiem as comunidades faveladas, porque elas fazem parte da sociedade brasileira e, ao serem marginalizadas pelo próprio país, acabam sempre à margem da sociedade.

Outro exemplo que considero importante sobre o assunto e sobre as favelas do Brasil é a Rede Jovem da Cidadania de Belo Horizonte. O grupo é constituído por jovens da favela e pelos coordenadores do projeto. A Rede Jovem tem um jornal com tiragem de 45 mil exemplares, distribuídos em todas as escolas publicas da cidade, um programa de radio em FM e um programa de TV semanal em canal aberto, além de um site e uma agência de notícias próprios (Pereira, 2006, P.1). A proposta da Rede Jovem é um pouco diferente da TV Roc porque nela as matérias são produzidas exclusivamente por moradores da favela. O objetivo principal não é profissionalizar jovens excluídos, mas possibilitar que os grupos sociais dessa periferia tenham a chance de mostrar seus projetos de uma maneira bem realista, que tenha forma e conteúdo legítimos. O projeto da Rede Jovem nasceu no ano 2003, porém, desde 1993 os alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) produziam um programa de televisão que falava sobre saúde pública em favelas. Quando esse projeto foi concluído, os jovens já tinham uma rede formada com as comunidades pobres da cidade e isso não podia ser desconsiderado. Foi assim que a mesma turma, em 1999, fundou a Associação Imagem Comunitária, até que em 2003 criaram a Rede Jovem.
A produção dessas TVs é mais uma mostra de que produções desse tipo podem acontecer em benefício próprio das comunidades mais pobres. O projeto da Rede Jovem estimula a esses jovens da periferia de Belo Horizonte a produzir reportagens que vão além da violência. Através da transmissão das atividades que se realizam nas favelas, os moradores interagem. Nas favelas de Minas Gerais, por exemplo, se realiza um festival de rock anual, FaveRock. A oportunidade de ter uma via de propagação permite-lhes não só a difusão das boas notícias e atividades, mas também une- se a esses jovens numa causa positiva. Esses produtores que também são moradores das favelas, sabem que através da transmissão de programas alternativos e culturais que mostram pequenos e simples eventos dedicados às crianças e jovens, até aos mais grandiosos como a cobertura do FaveRock, dependem da vontade e atitude de cada envolvido para mostrar ao país e outros moradores de favela, que a capacidade de desenvolver- se para a vida não é vantagem somente dos mais favorecidos e que é justo e digno viver em uma favela.

CONCLUSÃO

O resultado da experiência como estudante de intercâmbio no Brasil é muito rico. As informações adquiridas são muito valiosas e motivantes na busca de mais vivências. Percebi que é necessário que o país e as comunidades trabalhem em função de todos e para todos. As TVs sobre as favelas e produzidas nas favelas com a participação dos moradores são projetos altamente positivos e, com mais incentivo, poderão ser desenvolvidos em todas as cidades do Brasil e transmitidos em uma rede de TV com cobertura nacional.
É importante conhecer como funciona a educação nas favelas, assim como os projetos que lá se desenvolvem e, a partir dessas informações, desencadear projetos de apoio e desenvolvimento cultural, educacional, de saúde, entre outros. A quebra dos preconceitos, através de programas com mais esclarecimentos sobre o cotidiano da vida na favela, pode e deve ocorrer. As favelas fazem parte do Brasil e está na hora de trabalhar a integração delas. A tarefa não é fácil, mas vale a pena e o trabalho é de todos os brasileiros.

REFERÊNCIAS

PEREIRA, Rafael. Aumenta, que a favela está no ar. Belo Horizonte, Edição #448, 2006. Disponivel em: http://wwwabt-br.org.br Acesso em Junho, 2008

MEDRADO, Andrea. Favelada Antenada: A TV a cabo da Rocinha, Revista Epoca, 2004.Disponivel em: http://revistaepoca.globo.com Acesso em Junho 2008

Experiença do intercambio

Que viagem!!!! Brasil têm sido uma experiencia maravilhosa!! Eu ja tenha conhecimento sobre a cultura brasileira mas estar em contato direto com ela acresentou muito na minha vida. O Brasil é um país muito rico em todos os sentidos. Salvador me acolheu com os braços abertos. As pessoas na rua, os colegas da escola, os professores e a comunidade em geral fizeram parte de tudo aquilo que permitiu ter uma permanença agradável. Brasil é muito grande e está cheio de subculturas, coisa que o faz um país sui generis. Tive a oportunidade de conhecer outros estados importantes como Rio de Janeiro e São Paulo. Curti demais o fato de ter vivenciado as diferenças que existem no proprio país. O povo brasileiro e muito amistoso e está, na maioria dos casos, aberto para receber os estrangeiros

A experiença na produçao do video

Confesso que depois de ter concluido (mesmo com muitos detalhes para arrumar) a produçao do video de Robótica, a aprendizagem foi bem rica em todos os sentidos. Començando desde a importancia de ter trabalhado em equipe até a a satisfaçao de ver os resultados. No começo foi um pouco frustrante porque era dificil organizar a equipe para se encontrar nos dias combinados. O primeiro desafio foi a filmagem realizada no Colégio Antonio Vieira. Houve um desencontro no primero dia que marcamos para a realização da filmagem até o ponto de ter que cancelar e re-marcar. Foi bom ver que tenha pessoas com muita disponivilidade e afim de ajudar a gente. O segundo grande desafio foi na hora da edição. cada um de nos tenha uma opinião diferente de como fazer o video. Cada um com as suas ideias, personalidades e jeitos, porem, no final, foi gratifiante chegar na conclusão e ter um video de 8 minutos aproximadamente. Foi bom aprensetar o trabalho para o resto da turma e receber o feedback.

Oficina de ediçao de paginas web (TWIKI)

Essa aula foi muito boa. Na verdade eu gostaria de aprender mais sobre a criaçao de paginas web. Foi muita a informaçao recibida durante a oficina, tanta que não deu para acompanhar cada detalhe. A disciplina ensina muitas coisas que tem a ver com o usso de programas de computaçao e seria ótimo poder dar continuaçao ao ja aprendido alem de acrecentar a cada dia.

Aula do inkscape e kino

Confesso que tive algumas dificuldades para acompanhar a explicaçao do programa kino. Inkscape foi mais facil, porem como tive a oportunidade de trabalhar com kino, hoje sei mais sobre esse programa do que sei sobre inkscape. Gostaria de aprender um pouco mais sobre aqueles programs que não foram utilizados durante o percurso da disciplina.

Aula de software livre

Essa foi uma aula que gostei muito. Pelo fato de estar morando nos Estados Unidos eu não tenha muitos conhecimentos sobre o software livre e do funcionamento. Depois da aula o meu conhecimento sobre a diferença entre ambos ficou bem mais clara. E bom saber que hé pessoas que lutam pelo desenvolvimento do software livre para dar a chance de todos termos acesso a programas do computdor.

Aula sobre Steven Johnson

Apesar de que teve muita informaçao durante essa aula, foi bom asistir a entrevista do Steven Johnson. Eu não tenha muito preconceito com o usso da internet, porem, tenha algumas dúvidas sobre o tempo que as crianças devem ficar ligados ao computador. A partir de asistir a entrevista eu confirmei que o importante é cuidar e educar os filhos como o usso da intenet. A internet não e má, é positiva.